quinta-feira, 4 de agosto de 2011

No Ônibus

Entrei, como já era de se esperar fiquei de pé. Vendo que o tempo demorava a passar, abri meu livro. De imediato ele se levantou, recusei-me a sentar, ele disse que seria melhor pra ler. Sentei-me e pedi sua mochila, peguei de suas mãos e a segurei. Então voltei a minha leitura.
Ele disse: -por que lê livro de auto ajuda???
Eu rispidamente: -Não é auto ajuda!
-È sim, conheço esse autor!
- Tah, mas esse aqui não é auto ajuda!- Insisti
ponposamente ele disse: "você não tem amor próprio?"
- Esse livro não é de Auto ajuda!
- O primeiro amor é o amor próprio!
Eu continuava a dizer: : - Não é Auto ajuda!!!
- Eu posso Te amar em primeiro lugar!
E eu sempre cortando ele :- você nem me conhece!
- Ta vendo o que amor de verdade?? Nem te conheço e já Te amo. Você nem precisa de livro de auto ajuda, eu amo você por mim e por você.
Esse foi o momento que desisti de argumentar com ele, mas de alguma forma já me encantava.

Sorria na certeza de que nada o alcançaria. Então eu descobri, isso sim é amor próprio. Saber se amar e ser confiante, tendo assim a possibilidade de amar outra pessoa.
Antes de descer ele me fintou no fundo dos olhos, e disse que de qualquer forma ele iria me amar, não ali, nem naquela hora, mas ele não tinha pressa, ia esperar o nosso e reencontro. Nesse instante larguei minhas armaduras e sorri pra ele. Talvez nos encontremos...